Troponinas na SCA: diretrizes da definição universal do infarto do miocárdio.
De acordo com a OMS, as doenças cardiovasculares estão entre as 10 doenças que mais matam no mundo, e é de conhecimento geral que nas faixas etárias acima de 50, 60 e, principalmente, 70 anos, as doenças incidirão com a sua maior intensidade, principalmente no que se refere à doença cardiovascular e neoplasias.
Sob a sua visão clínica, o médico Supervisor da Cardiologia do HCor, São Paulo, chamou a atenção, em um primeiro momento, para aquela faixa de pacientes de maior risco, com doença coronariana aguda e que exige atenção especial no que se refere ao diagnóstico: “Desde um quadro de angina instável, passando por um infarto sem elevação do segmento ST, até um infarto com elevação do segmento ST, a importância da definição do status da síndrome coronariana aguda é extremamente importante, uma vez que as condutas são totalmente distintas”, ressaltou. com isso o Dr. Pavanello explicou que se pode ter uma atitude conservadora ou até intervencionista, com a aplicação de técnicas de revascularização miocárdica, percutâneas ou mesmo cirúrgicas.
Pacientes com infarto agudo e elevação do segmento ST possuem sintomas mais precoses e severos, mas nem por isso os assintomáticos devem ser subestimados. “Mesmo na ausência de sintomas, a doença coronariana deve ser universalmente avaliada e exaustivamente investigada de forma invasica, se possível”.
Reconhecendo que os marcadores bioquímicos são de extrema utilidade, o Dr. Pavanello questionou sobre a possibilidade de complicação da interpretação caso não seja realizada por um médico cardiologista, e sobre o fato de que nem sempre os marcadores são exclusivamente específicos de lesão cardíaca, podendo apresentar variações dos níveis em outras circunstâncias, o que pode dificultar o diagnóstico. Para chegar à atual definição do Infarto Agudo do Miocárdio, o doutor explica que foram considerados a presença dos sintomas de isquemia, alterações eletrocardiográficas, elevação do segmento ST ou de um novo bloqueio de ramo esquerdo, o desenvolvimento de ondas T patológicas e alterações nas imagens de perfusão miocárdica com um diferencial, em relação às diretrizes anteriores. “Importante ressaltar que pelo menos uma alteração no percentil 99 de troponina era necessária para que se confirmasse esse diagnóstico”, apontou do Dr. Pavanello, comentando a diretriz do National Academy para a consideração do que seria uma definição de alteração enzimática.
Os cinco tipos de IAM definidos na ocasião foram: IAM relacionado à isquemia miocárdica devido à oclusão de artéria coronária; infarto do miocárdio secundário à isquema devido a distúrbio do suplemento miocário de oxigênio; morte súbita de causa cardíaca; infarto do miocárdio associado à intervenção coronária percutânea; IAM à trombose de stents; e infarto do miocárdio associado à cirurgia de revascularização miocárdica.
Autor Dr. Ricardo Pavanello para Roche News